quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013

Testemunho


        Eu quero escrever, para que não morra engasgada com os gritos abafados, para que os meus olhos não ceguem através das imagens marcadas na mente, e para que pelo menos um ouvido no mundo, me possa ouvir.
        Preciso escrever!
       Como que um corpo necessita alimento, minha alma pede criação. E sou entusiasta no momento em que meus louvores chegam longe. 
        Louvores estes que carregam de forma tão invasora o conteúdo do meu corpo de carne e osso. Na escrita não há privacidade, porque ela é a privacidade violada.
      Pois, não escrevo com a alma e o coração, a  a-l-m-a   e-s-c-r-e-v-e.

Por: Marinela Gomes

terça-feira, 26 de fevereiro de 2013

Amor sensual

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Que olhar penetrante
Que paixão quente
Que amor confuso

De costas para ti
Sinto o toque da tua pele
Tão macia, tão intensa
Tão quente, tão envolvente

De costas para ti
Sinto-te em mim
Como se eu e tu fôssemos um só


É curioso, como o sexo une duas almas. Somos conduzidos à loucura por um simples prazer. É um descontrolo confortável, um suspiro que transborda desejo. E há ainda quem fale sobre política sexual! Durante o sexo, não há regras, não há direito, não há política. Há simplesmente uma pequena mulher que obedece as vontades de um grande homem.
Na hora do sexo, ele tem de o fazer bem, sem pressa. Ele tem de respeitar as pausas. Ele tem de dizê-la o quanto a ama. Pois, é o amor que torna o sexo uma arte complementar mas o recíproco não é verdade.

Auto-honestidade

Bailarina de ballet.

A espontaneidade torna-nos mais poetas.
E é esta a beleza de ser natural.
As coisas simplesmente acontecem, de forma tão natural e bonita.
Cada um de nós tem seus segredos, seus desejos, sua ânsia.
Cada um de nós sabe por onde caminha e porquê caminha.
Viver, talvez seja um dos maiores desafios do Homem.
Vivemos para morrer, mas ao longo deste trajecto o amor bate a porta, os amigos esperam por nós na esquina, os familiares dão conforto a nossa casa e a felicidade mostra-nos que vale sempre a pena ter um coração acolhedor.
Hoje acordei assim, mais optimista, mais positiva, mais fiel à mim mesma.
E o mais interessante é que para ser honesta comigo mesma eu não tenho de mudar os meu princípios. Isto, porque eles são os mesmos.
Desejo de cumplicidade? Sim, tenho.
Sou cúmplice dos meus actos.
Sou dona dos meus prazeres.
Sou a única responsável pelo rumo da minha vida.
Por isso, respeito a dádiva de viver.
Apenas, passei a ser fiel ao meu intimo, e por consequência disso, fiel à mim mesma.
Auto-honestidade? Amor próprio?
Tão possível, quanto real.

segunda-feira, 25 de fevereiro de 2013

Sentir





Sentir é mais que saber
Não requer conhecimento prévio
Pois é perceptível, ainda que no silêncio

Sentir é a mãe de todos os sentidos
Pois, todo e qualquer ser é capaz de percebê-la

É o sentir que me destrói
Que sufoca e deixa-me trêmula
É o sentir que se mantém persistente dentro de mim, me aflige, me amedronta

Será que a realidade é assim tão óbvia e que somente eu estou tão cega que não a vejo?
Será que o amor vai permanecer longe do meu horizonte enquanto eu viver?

Cada pedaço de lembrança traz-me dúvidas sobre o amanha
Ainda não me acostumei a viver sem ti
Mas também jamais me acostumarei a viver ao teu lado sem nunca me sentir amada

Cada pedaço da nossa história retrata um nós vivido com tamanha intensidade
Mas já não posso suportar a tua indiferença e lutar uma batalha perdida
Rejeito acomodar-me nos teus abraços sabendo que procuras em mim alguém que não sou

Olho para dentro e não vejo nada
Tu levaste o que de mais belo tinha em mim: a vontade involuntária de amar
Que dor tão dolorosa, que rejeita ir embora?!

Quero paz e sossego, chocolates e amigos
Quero viver, me abrir ao mundo
Apesar de saber que há coisas que nunca se esquecem.

Amor e Ciência




Não há coincidências. Cada acontecimento reflecte uma razão. Uma razão desconhecida por muitos. E por ninguém conhecê-la, chamam-na "coincidência". Tal como ninguém planeia se apaixonar, ninguém também procura errar. Mas tudo acontece por uma razão. Não necessariamente coincidência, mas sim uma razão por si só.
Ao meu ver, o Homem tende a atribuir nomes à tudo aquilo que desconhece. Pois, existe em nós uma sede inexplicável de conhecer e saber tudo. Apesar de já sabermos que o conhecer, o saber, o sentir jamais será absoluto. A natureza explica aquilo que pode explicar. E os homens vão sempre perceber uma porção deste oceano do saber. Afirmo-me louca pela ciência. Mas, rejeito pôr em causa o poder daquele que tudo sabe: DEUS

domingo, 24 de fevereiro de 2013

Amor Secreto



De dentro vem o que sente
A razão não a entende
Talvez seja um sentimento
Ou um confuso pensamento
 
As lâmpadas passaram à estrelas
As perpendiculares à paralelas
A lua tornou-se confidente
Tornando-o carente
 
Não age como outrora
Nem se reconhece
Nessa reputação denegridora
 
Ela é o seu mundo
Mas de conhecimento carece
Pois ele o guarda no fundo


Fazer malas



Sempre odiei fazer malas. Desde pequena. Talvez as sucessivas mudanças por causa do trabalho do pai tenham a culpa. Talvez seja porque não só tinha de fazer a minha como as das minhas irmãs também. Talvez seja porque fica tudo junto e eu tenho essa mania de separar toda a roupa por cores. Ou talvez seja só da preguiça. Sim, deve ser isso. Enfim, seja lá pelo que for, não gosto de fazer malas. E cá estou eu mais uma vez, a desempenhar essa amável tarefa.
Dessa vez a culpa é inteiramente da minha teimosia. Sim, porque todo o mundo me avisou. A minha consciência foi a primeira, embora a minha mãe reclame esse lugar. Mas o idiota do coração meteu-se a frente e fez o que ele mais gosta: confusão.
Primeiro fez a boa confusão. Aquela que nos faz sorrir sem motivo aparente. Aquela que nos causa borboletas no estômago. Aquela que nos faz ter saudades mesmo quando estamos juntos. E eu, ingénua como sempre, deixei-me levar. Achei que não fosse acabar. Seria eterno. Mas o eterno, para quem não sabe, não existe! E então começou a confusão má. A que nos deixa chateados com tudo e todos. A que nos impede de dar uma boa gargalhada. A que nos torna amargos e desconfiados. E quando damos por nós, estamos a fazer coisas de que não gostamos. Estamos a fazer as malas.